sexta-feira, 2 de maio de 2008

Epidemia criminosa

AUTOR: RENATA CABRAL E RENATO GARCIA
REVISTA: ISTO É – 02/04/08

TEMA: Omissão de Ministro, Governador e Prefeito favorece a proliferação do mosquito e leva o Rio à pior onda de Dengue de sua história.

Muitos pontos são levantados para responsabilizar o que levou essa Epidemia de Dengue no Rio de Janeiro. Esculhambação, incompetência, falta de humanidade dos políticos, cortes em verbas destinadas para a prevenção, o combate à proliferação do mosquito AEDES AEGYTI, o transmissor do vírus da dengue, mais de 40% das residências não foram vistoriadas, em auditoria levantada pelo TCU (julho/2007), onde o tolerado seria 10% no máximo, com desculpas como o tráfico do Rio não deixou que estas vistorias fossem feitas.
Ocupantes de cargos políticos sempre passando a responsabilidade do erro para o gabinete alheio, desculpas foram dadas, hospitais da rede pública e particulares com total despreparo, até mesmo para fazer o diagnóstico, muitos falaram que se tratava de uma simples virose, alta taxa de mortalidade (16%), sendo que a Organização Mundial de Saúde, aponta para uma taxa que não deveria ultrapassar (1%) dos casos, nem a violência do Rio de Janeiro matou tanto como a dengue.
O caos levou a uma reação forjada, onde o Ministério da Saúde e as Secretarias do Estado e Município uniram em ações montando Gabinete de Crise, tendas para atendimentos, Forças Armadas integram na ajuda, liberação de verbas (R$3 milhões liberados pelo Ministério da Saúde), contratação de 660 profissionais de saúde, abertura de 119 leitos nos hospitais.
São medidas tomadas tarde demais, pois das 54 vítimas, 27 eram crianças com menos de 13 anos de idade. Todas as classes sociais estão com medo, precauções são tomadas, através de repelentes, calças compridas e meias, velas de citronela, janelas fechadas, repelentes elétricos, estão todos com sentimento de indignação, uma vergonha um país como o Brasil, ainda ter que conviver com questões de Saúde Pública tão primária como a dengue, irresponsabilidade dos Poderes em suas três esferas, principalmente com as crianças.
O TCU em novembro de 2007 mostrou que outros municípios do país enfrentarão a mesma situação deste descaso visto no Rio de Janeiro.

A dengue e o caos

Analisando a reportagem “Epidemia criminosa” de Renata Cabral e Renato Garcia à revista ISTO É em 02/04/08, fica claro o descaso com as questões de saúde pública por nossos políticos, que são eleitos pela população, para defenderem nossos interesses, nossos direitos, zelar pelo bem-estar da população, faltando uma política que possa atender a comunidade em questões primárias, e de essencial caráter para nossa sobrevivência.
Podemos notar nesta reportagem vários posicionamentos dos repórteres, como: foram críticos em relação a essa epidemia de dengue no Rio de Janeiro, não omitiram informações, não usaram de contemplação com as autoridades que deveriam antes do acontecido, fazer campanhas de prevenção, investir para combater. Podemos falar que eles foram imparciais, pois como foi dito antes, não encobertaram o descaso do Ministro da Saúde, dos Secretários de Saúde do Estado e do Município, do Prefeito e o Governador. Deixaram bem claro que a situação envolveu todas a camadas sociais, ricos e pobres com o mesmo pavor, portanto não foram preconceituosos, no decorrer da reportagem percebemos a maneira esclarecedora com que definiram os pontos característicos, deficitários nesta onda de dengue no Rio de Janeiro, não foram ousados, nem tão pouco conservadores.

Nenhum comentário: