quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Aspectos gerais da biotecnologia e novos conceitos para alcançar a sustentabilidade

Resenha do livro

Capra, Fritjof. Conexões Ocultas – Berkeley: Editora Cultrix, 2002.
Resenha do capítulo 6 e 7 (p. 154 a 256)





A Revolução da Informática utiliza-se da compreensão e o uso do conceito de redes, enquanto a engenharia genética baseia-se numa abordagem linear desconsiderando dessa forma, fatores indispensáveis de todas as funções biológicas. É preciso ver o organismo como um todo e não como um conjunto de genes, parando de agir de maneira indiscriminada, ignorando os riscos para garantir o lucro. Como na a agricultura sustentável ou agroecologia, onde a tecnologia é baseada no conhecimento ecológico. Um de seus usos é, por exemplo, plantar várias espécies de vegetais num esquema rotativo, de modo que os insetos atraídos por uma espécie desapareçam com a próxima, eliminando o uso de pesticidas. Nos últimos anos, passou-se a ter uma maior consciência dos problemas que foram e serão gerados.É cada vez mais notável que a biotecnologia está chegando a um ponto de mutação.
O atual modelo capitalista procurou transformar a diversidade em monocultura, a ecologia em engenharia e a própria vida numa mercadoria. Apesar de todos os esforços que vêm sendo feitos para assegurar uma melhoria ambiental, o que se perdeu não foi totalmente recuperado. Essa perda reduziu a biodiversidade no planeta e prejudicamos “ações naturais” como o processamento de resíduos, a regulação do clima e a regeneração da atmosfera que estão sendo postos em risco pela nossa busca de crescimento econômico e consumo material.
Essa forma de capitalismo global é insustentável e gera um círculo de degradação dos ecossistemas que não pode ser resolvido apenas com uma legislação mais rigorosa, uma atividade empresarial mais ética, uma tecnologia mais eficiente. Apesar de necessário, precisamos também de uma mudança mais profunda, mudar o princípio básico do capitalismo selvagem, aquele que passa por cima de tudo para garantir o lucro. Essa mudança já tem soluções técnicas e conceituais, falta valores e vontade política para que enfim possamos “virar o jogo”.



Matéria:



Elas têm a sustentabilidade no DNA



Por Juliana Lopes, da Revista Idéia Socioambiental http://www.biotecnologia.com.br/bionoticias/noticia.asp?id=3950

Resumo

Com a grande ‘explosão’ da sustentabilidade, estar por dentro desse assunto pode gerar vantagens, mas por ser uma atitude ainda pioneira é necessário pagar um preço. Segundo pesquisa encomendada pelo Sebrae à consultoria Schneider & Associados ocomércio justo cresce 20% ao ano, que é apenas um das possibilidades dentro dessa área.
Não se pode deixar de integrar os produtos e serviços com a estratégia da empresa, visando os consumidores que estão cada vez mais conscientes e com capacidade de diferenciar contribuição ambiental de mera propaganda. Ainda assim são muitas as vantagens que se pode obter, como melhor acesso a mercados mais seletivos e rigorosos, obtenção de um produto ou serviço com maior valor agregado e redução de gastos com multas, conflitos legais e descarte de resíduos.






Resenha crítica

Sustentabilidade com lucro



Os dois textos apresentam o valor da sustentabilidade de ângulos diferentes, mas complementares. Enquanto o primeiro preocupa-se com o ambiente e com todas as perdas que podemos ter em decorrência do mau uso de recursos naturais por causa da busca pelo lucro, o segundo aponta formas de se obter mais lucro seguindo formas ‘sadias’ em acordo com o que se busca com a sustentabilidade.
O equilíbrio entre os dois seria uma maneira duplamente benéfica para se resolver problemas ambientais e econômicos, sem que houvesse atitudes radicais ou prejudiciais para algum dos interessados. Seria talvez um novo modelo de capitalismo sustentável, se é que isso é possível.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Conscientizar para globalizar

Resenha do livro

Capra, Fritjof. Conexões Ocultas – Berkeley: Editora Cultrix, 2002.

Resenha do capítulo 5 (p. 128 a 154)

No final do século XX nota-se o surgimento de uma concepção de mundo seguido por novas tecnologias, estruturas sociais, economia e cultura. Todas essas mudanças são denominadas “globalização”. A criação da OMC (Organização Mundial do Comércio) visou melhorar a economia, mas ignorou fatos que hoje são verídicos e até gritantes como a deterioração do meio ambiente, cada vez mais acelerada e uma pobreza cada vez maior. Nesta nova concepção, o capitalismo passa a ter atividades globais, a geração de conhecimento se torna fonte de competitividade e sua estrutura é em torno de fluxos financeiros, além de funcionar em tempo real (“just in time”).

Esta “economia em rede” transformou profundamente as relações sociais entre o capital e o trabalho, passando a existir uma realidade virtual antes não vista. Uma conseqüência direta disto é a exclusão social, pois o que não é de interesse econômico é simplesmente ignorado, além das perdas ambientais visto que “a expansão ilimitada num planeta finito só pode levar à catástrofe”. E como hoje “os recursos vão dos pobres para os ricos enquanto a poluição vai dos ricos para os pobres” só se agrava a situação dos países excluídos.

Ainda pode se constatar a influência dos meios de comunicação que se tornam mais diversificados simultaneamente a elevação do impacto, que causa através das empresas, na vida das pessoas.

Todas as conseqüências trazidas pela globalização, principalmente as negativas são vivenciadas e noticiadas em nosso dia-a-dia. O crime, que não é um fato novo, mas que nessas proporções atuais pode ser considerado um problema global. A degradação ambiental também, mas para essa já se nota uma certa preocupação voltada para projetos a fim de recuperar o que já se perdeu ou amenizar problemas ainda sem recuperação. Essas ações são de suma importância bem como a conscientização para que seja de conhecimento de todos de que nada adiantará uma economia desenvolvida se não poderemos aproveitá-la. Ou talvez até não consigamos chegar a um vasto desenvolvimento, pois para isso precisamos estar em conexão com o ambiente e vice-versa.



Efeitos culturais da globalização

Por ANTONIO INÁCIO ANDRIOLI
http://www.espacoacademico.com.br/026/26andrioli.htm


Resumo

Atualmente a globalização está em voga, mas no passado já houve essa intenção de unificação. Ela como está se apresentando não deveria ser denominada desta forma, visto que não engloba todos e sim, exclui muitos e privilegia alguns. Muitos países foram obrigados a se unir a essa evolução e como conseqüência ficaram endividados e cada vez mais dependentes.

Embora tenham sido desenvolvidos e disponibilizados mais meios de comunicação, presenciamos um crescente isolamento dos indivíduos, de forma que as alternativas de socialização têm sido, paradoxalmente, reduzidas. Ainda é perceptível a individualidade dos movimentos de luta como o feminismo, o movimento ambientalista.

Todas essas questões modificam a sociedade, fazendo com que cada vez mais se pense no local e se aumente a chance de um futuro cada vez menos humanizado.


Resenha crítica

Futuro da globalização

Nos textos anteriores é perceptível a preocupação com as atuais conseqüências de uma globalização desenfreada. Países cada vez mais distantes econômica e socialmente são os contrastes de nossa realidade.

Os autores concordam com a existência dos problemas atuais terem, por vezes, sido gerados ou acentuados pela globalização. Mas há discordância quanto ao futuro, enquanto Antônio Inácio Andrioli acredita que é mais provável um futuro desumano, com crescente ritmo da globalização, Fritjof Capra defende uma conscientização que poderá reverter esse quadro e mudá-lo de forma benéfica, principalmente ao meio ambiente.